Empresa gaúcha de equipamentos eletromédicos investe R$ 5 milhões em nova fábrica e projeta expansão de 50% em 2024

Empresa gaúcha de equipamentos eletromédicos investe R$ 5 milhões em nova fábrica e projeta expansão de 50% em 2024

Empresa gaúcha de equipamentos eletromédicos investe R$ 5 milhões em nova fábrica e projeta expansão de 50% em 2024

Toth Lifecare inaugurou no início do ano um novo local de produção de componentes para o atendimento hospitalar; diretor acredita no potencial da indústria nacional do setor

No município gaúcho de Campo Bom, na Região Metropolitana de Porto Alegre, está localizado um dos mais recentes exemplos de expansão da indústria de saúde do Brasil. Na cidade foi inaugurada no início de 2024 a fábrica da Toth Lifecare, empresa nacional de tecnologia eletromédica que atua desde 2008 na fabricação e comercialização de equipamentos para atendimento hospitalar, com foco em desfibrilação. Com a nova unidade fabril, que teve investimento de R$ 5 milhões para aumentar a produção e a pesquisa, a empresa acredita na arrancada do setor no país.


Um dos motivos para isso é a regulamentação brasileira aperfeiçoada. O diretor de Pesquisa e desenvolvimento da empresa, Jéferson Rosário, explica que o Brasil possui um sistema regulatório com requisitos elevados, que barra a entrada de empresas com produtos de qualidade inferior ao nacional. "Atualmente os requisitos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se assemelham aos requisitos da Comunidade Europeia e o FDA (agência reguladora dos Estados Unidos, semelhante à Anvisa). Por esta razão, a entrada de produtos importados é dificultada, favorecendo a indústria daqui. Na prática, em função do alto nível de requisitos regulatórios, o próprio mercado brasileiro filtra as melhores empresas, e cria um ambiente sem competição excessiva", afirma.

Com esse panorama, desde a fundação, a empresa da qual Jéferson é diretor cresceu 30% no faturamento. Para 2024, a expectativa é maior, segundo o sócio. "Com a nova planta fabril e as ampliações de pesquisas nos atuais produtos do portfólio e em novos equipamentos, esperamos que o aumento no faturamento seja de 50%. Precisamos, enquanto empresa nacional, aproveitar o bom momento do setor", afirma.

O que mudou

As novas instalações aumentaram de 200 para 1000 metros quadrados. "Antes tínhamos estruturas de produção em dois lugares separados, e agora foi possível concentrar tudo no mesmo local. Temos dois ambientes de produção: um para equipamentos eletromédicos e outro para produtos implantáveis sala limpa”, diz Rosário. Este local, segundo o empresário, é uma área classificada com controle de partículas, temperatura, umidade e pressão, na qual é possível produzir materiais sensíveis a contaminação por partículas ou que dependem de condições ambientais restritas.


Outro ponto positivo para a companhia apostar na solidez e crescimento é que o terreno agora é de propriedade da empresa. Antes da inauguração, as produções estavam concentradas em um prédio alugado no Parque Tecnológico Feevale, também em Campo Bom. "Permanecemos no mesmo parque, mas com instalação própria. A nova fábrica permite aumento da escala de produção e estoque, centraliza todos os setores produtivos e garante uma estrutura muito mais avançada tecnologicamente", analisa o diretor.

Nos quesitos mais estruturais e técnicos, a nova fábrica, conforme explica Rosário, conta com controle de renovação de ar, temperatura, umidade, iluminação, câmeras e alarme, todos automatizados e que atendem aos critérios mais rigorosos do mercado.

Saúde cardíaca em foco

Uma das linhas de atuação na empresa é a urgência e emergência, que requerem equipamentos para atendimento pré-hospitalar de pacientes com parada cardíaca súbita e outras complicações no coração. Por isso, desenvolve o DEA (Desfibrilador Externo Automático) EasyShock, direcionado para socorristas e equipes hospitalares em situações de parada cardíaca. O equipamento tem autotestes funcionais que verificam as condições do aparelho para que ele esteja sempre pronto para o uso.

O aparelho possui ainda um botão que permite o ajuste rápido da energia de desfibrilação de adulto para pediátrico com apenas um clique. E o atendimento pediátrico pode ser feito sem a necessidade da troca das pás adesivas (os eletrodos que ligam o aparelho ao corpo humano e que são usados para desfibrilação, cardioversão e monitoramento), pois a mesma pá pode ser usada tanto para crianças quanto adultos. "É uma forma de agilizar o trabalho do socorrista", diz o sócio da Toth.

A precisão também amplia as possibilidades de salvamento. O aparelho possui um feedback de ressuscitação cardiopulmonar (RCP), um acessório que pode ser conectado ao EasyShock e que possibilita a execução de manobras de ressuscitação de alta qualidade conforme a recomendação da Sociedade Brasileira de Cardiologia. O feedback avalia a qualidade da massagem em tempo real e ajuda a melhorar sua performance. "Estamos falando da eficiência do trabalho que salva vidas", afirma Rosário.

Perspectivas

A Toth agora pretende expandir seu portfólio de produtos por meio do desenvolvimento de novas soluções e parcerias com empresas. E a companhia também tem olhos para fora do Brasil. Atualmente, conforme explica Rosário, a empresa possui, além da fábrica em Campo Bom, um escritório em Porto Alegre, e seus equipamentos estão presentes em todos os estados do Brasil.


Mas já está em andamento um processo de internacionalização. O novo cardioversor produzido pela companhia, um aparelho destinado ao tratamento de arritmias e monitoração de pacientes através do ECG (eletrocardiograma), deve ser lançado com a certificação FDA. "Isso mostra tanto o nosso potencial no Brasil quando a seriedade e relevância de nossas pesquisas", conclui.


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